Justiça

Moraes quebra sigilo de assessor de Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a quebra do sigilo do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, um dos principais assessores do presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). A quebra do sigilo foi feita atendendo a um pedido da Polícia Federal (PF).

A informação foi publicada em primeira mão nesta segunda-feira, 26, pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada por Oeste. De acordo com as investigações, a Polícia Federal encontrou no telefone do principal ajudante de ordens do presidente da República mensagens que levantaram suspeitas de investigadores sobre transações financeiras que teriam sido feitas do gabinete do presidente. A polícia investiga se as transações foram feitas com dinheiro público.

Segundo o jornal, as investigações analisaram conversas por escrito, áudios e fotos trocadas pelo assessor do presidente, que teria sido feitos com outros funcionários da Presidência. As apurações apontam a existência de depósitos fracionados e saques em dinheiro.

De acordo com as investigações, as movimentações financeiras se destinavam a pagar contas pessoais da família presidencial e também de pessoas próximas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Palácio nega irregularidade de assessor

Como ajudante de ordens, Mauro Cesar Barbosa Cid é uma das pessoas mais próximas do presidente da República e o acompanha em atividades internas e até mesmo nas agendas fora do país. Recentemente, ele esteve com o presidente em Nova Iorque, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

A assessoria da Presidência negou, ainda nesta segunda-feira, que haja qualquer irregularidade nas transações feitas pelo ajudante de ordens do presidente da República. Segundo o Palácio, os valores movimentados têm como origem a conta particular do presidente da República.

Ações de Moraes são criticadas

Um artigo do New York Times desta segunda-feira, 26, fez um retrato do desequilíbrio atual de Poderes no Brasil, apontando para a recente expansão de força do Supremo Tribunal Federal (STF) como uma potencial ameaça à democracia brasileira.

O jornal norte-americano apresenta o tema ao seu leitor com o título “Para defender a democracia, a Suprema Corte do Brasil está indo longe demais?”.

A reportagem usa a recente operação contra oito empresários apoiadores do governo para ilustrar a atuação da Suprema Corte brasileira acima de teóricos princípios democráticos. No caso em questão, a Polícia Federal agiu por determinação do ministro Alexandre de Moraes, com base em conteúdo de um grupo privado de mensagens.

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