Política

Dia Mundial da Valorização da Vida mobiliza a comunidade baiana

No dia Mundial de valorização a Vida, 10 de setembro , a Tribuna da Bahia entrevistou o psicólogo Djalma Andrade para saber quais os cuidados com as pessoas em depressão. Após seis meses de isolamento social, o que os baianos esperam nesse tempo de retomada gradual das atividades. Órgãos públicos também estão preocupados em ajudar a população a superar os momentos difíceis. Este ano a procura por atendimento psicológico cresceu em 80%.

“Em tempos de pandemia, saúde mental vem se tornando um assunto emergente, Discutido com maior frequência, cuidado e seriedade. Além do mais, essa realidade tem se confirmado também na crescente (80%) procura por profissionais de saúde mental, como psiquiatras e psicólogos. De fato, a questão é urgente e chama a atenção para um problema de saúde pública já existente, a exemplo da depressão e suas consequências, uma luz amarela acessa há muito tempo”, relata o psicólogo Djalma Andrade.

Com a pandemia, essa luz amarela chegou ao seu limite e o sinal pode fechar a qualquer momento: o isolamento social, o desemprego, o cenário socioeconômico da população, as incertezas pós pandemia e a própria covid 19, que ameaça diretamente a vida das pessoas, “ são questões que se colocam como fatores de risco à saúde mental do sujeito e podem levar a psicopatologias como a depressão e suas consequências. Daí a importância de reforçarmos sempre o “setembro amarelo”, mês de prevenção a depressão e suas ocorrências”, diz Andrade.

De acordo com Andrade, “ a prevenção implica em uma gama de fatores que envolvem o sujeito em sua dimensão biológica, espiritual e psicológica, práticas que passam pelo crivo de bons hábitos alimentares, qualidade do sono, exercícios físicos, sociabilidade, boas condições físicas e mentais no ambiente de trabalho, lazer, ambiente familiar harmônico, relação intrapessoal e, sobretudo, permitir-se a falar sobre saúde mental.”

É sempre indicado buscar ajuda em um profissional de saúde competente quando observar alterações emocionais relevantes, com prejuízos consideráveis na vida profissional, social e afetiva. Os sintomas depressivos perduram e geralmente estão associados a choro fácil, descuido com a aparência, isolamento social, transtorno do sono e alimentar, “ é necessário que se tenha um conjunto de sintomas para se chegar a um diagnóstico de depressão, que é feito pelo psiquiatra. No que diz respeito ao tratamento, geralmente é medicamentoso (psiquiatra) e psicoterápico (psicólogo). A família tem papel fundamental nesse processo de tratamento, para tanto, é importante pesquisar sobre a doença, entender que não se trata de “frescura”, de corpo mole, de preguiça ou até mesmo de falta de Deus. Depressão é uma doença e tem tratamento”, esclarece Andrade.

A Campanha do Setembro Amarelo, que aborda a prevenção ao suicídio, foi aberta virtualmente, na terça-feira (1º), pela Secretaria da Educação do Estado (SEC), em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde (SESAB). Com o tema anual “É preciso agir!”, a proposta é realizar uma série de lives durante todo o mês, garantindo espaços de reflexão junto à comunidade escolar. Entre as ações estão os lançamentos, hoje, dia 10 de setembro, da Cartilha Setembro Amarelo, para os professores e servidores da Educação, e a Revista Gibi Setembro Amarelo, para os estudantes. 

O secretário da Educação do Estado, Jerônimo Rodrigues, destaca a importância de promover o Setembro Amarelo na rede estadual. “É fundamental que possamos marcar esta data pela forte simbologia e um foco bem objetivo. Apesar de delicado, não abrimos mão de falar e criar ações sobre o assunto, porque são com esses gestos que podemos salvar vidas. Neste momento de pandemia, a SEC e a SESAB têm uma responsabilidade redobrada com a sociedade e os nossos estudantes. O governo Rui Costa tem o compromisso de cuidar de gente porque, para nós, as vidas importam muito dentro das nossas políticas públicas”, afirma.

A subsecretária da Saúde, Tereza Paim, fala sobre educação como ferramenta de esclarecimento dos estudantes. “A educação tem uma grande importância neste trabalho de prevenção ao suicídio. É fundamental podermos colaborar e construir instrumentos que possam compartilhar saberes. É admirável o professor que pode lidar diretamente com essa prevenção no dia a dia da sala de aula, expandido o trabalho dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que já integram a saúde e a educação no Estado”.

Segundo Marcelo Veras, psicanalista e coordenador do PsiU – Programa de Saúde Mental e Bem Estar da Universidade Federal da Bahia (UFBA), não tem como conceber a educação dissociada da saúde. “ Precisamos ficar atentos às estatísticas que, muitas vezes, não mostram muitos elementos que criam a condição para o ato, como o alcoolismo. Temos, desde à tenra idade, aspectos que podem nos levar a essa condição por diversos fatores, por isso temos que ser equilibristas da nossa realidade, apoiados pela integração entre a educação e a saúde”, comenta.Compartilhe    

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