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Produção industrial fica estável em dezembro e acumula queda de 0,7% em 2022

Na comparação com dezembro de 2021, o resultado mostra uma queda de 1,3%.

A produção industrial ficou estável em dezembro e registrou queda de 0,7% em 2022, disse o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (3).

A expectativa do mercado era de estabilidade em dezembro e queda de 1,1% em 12 meses, segundo pesquisa da Reuters.

Com o resultado, o setor encontra-se 2,2% abaixo do patamar pré-pandemia e 18,5% abaixo do nível recorde da série, registrado em maio de 2011.

Na comparação com dezembro de 2021, o resultado mostra uma queda de 1,3%.

As perdas de 2022 sucede um ano de altas, quando a produção industrial do país fechou 2021 com ganhos de 3,9%. O ano retrasado, porém, foi ponto fora da curva ao olhar para a série histórica: em 2019 e 2020, as quedas foram de 1,1% e 4,5%, respectivamente.

Setor enfraquecido
O gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do IBGE, André Macedo, crava que a indústria tem tido um comportamento predominantemente negativo nos últimos tempos. “Muito do crescimento de 2021 (3,9%) tem relação direta com a queda significativa de 2020, ocasionada por conta do início da pandemia. Avançou em 2021, mas foi influenciada por uma base baixa de comparação e não superou as perdas de 2020”, relembra.

O desempenho da indústria no ano passado, na análise da PIM, reflete as medidas de incentivo e incremento de renda promovidas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como a antecipação do 13º a aposentados e pensionistas, liberação do FGTS e PEC dos Benefícios. Ao longo do segundo semestre, porém, “essa resposta perdeu fôlego e a indústria teve um comportamento de menor intensidade e com maior frequência de resultados negativos”, diz Macedo.

O recuo do ano também pode ser explicado pelo elevado patamar da taxa Selic, em 13,75% a.a., e a escalada inflacionária — especialmente sentida no preço dos alimentos, que afeta o consumo de bens não-essenciais. As altas taxas de inadimplência e endividamento, segundo o especialista, também influenciam.

“E o mercado de trabalho, que embora tenha mostrado clara recuperação ao longo do ano, ainda se caracteriza pela precarização dos postos de trabalhos gerados”, completa.

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