Visitantes ficam frustrados com estrutura do zoológico de Salvador

zoologico_ft-gilbertoJr-bocaonews_310513-122Um dos passeios mais interessantes para se fazer na capital baiana pode se transformar em frustração, principalmente para as crianças, que vêem no Zoológico de Salvador, que fica no bairro de Ondina, um local de muita diversão e onde eles podem conhecer bichos dos mais diferentes locais e até interagir com alguns deles.

No entanto, a estrutura do local, segundo os visitantes, tem deixado a desejar.
Para quem entra no espaço pelo Alto de Ondina – o outro acesso fica próximo a Avenida Adhemar de Barros – já identifica alguns problemas. O vidro que serve de proteção ao ouriço cacheiro, animal de origem européia, está rachado de ponta a ponta e não há espécime no recinto. No local onde ficam os macacos, outro vidro de proteção está totalmente trincando, o que pode ser um risco de acidentes para quem passa pelo espaço.

Muitos dos espaços de convivência, como o parque infantil, estão com brinquedos danificados. Alguns banheiros estão limpos, mas, em um deles, o vaso sanitário está sem tampa e não há papeis para secar as mãos. Porém, em outros, próximo ao local onde ficam em exposição os felinos, a situação é pior. A torneira da pia está quebrada e o vaso sujo. Próxima a entrada, dois bebedouros estão quebrados e é possível perceber o desperdício de água que sai dos pequenos dutos. Há outros bebedouros pelo parque que estão desativados.

FALTA DE ANIMAIS
No entanto, não tem nada que frustre mais os visitantes do zoológico de Salvador que a falta de animais. Muitos se queixam da ausência de bichos como leões, girafas e elefantes. É possível verificar que muitas jaulas estão vazias e em muitos ambientes, principalmente na parte dos felinos, estão com o aviso “recintos em manutenção”. Quem está no local a passeio, sente uma ponta de decepção por não ter acesso a todos os animais que imaginava encontrar.

O pequeno Guilherme Gonçalves, de 10 anos, e a mãe, a recepcionista Eliana da Silva veio da cidade de Cafarnaum, no centro norte da Bahia, na expectativa de ver alguns animais que só viam através da televisão. “Eu queria ver o elefante, o leão e a girafa, mas vimos que aqui não tem”, contou Guilherme, ao lado de um grupo de amigos. Já Eliana disse que também gostaria de ver mais espécies nativas do país no zoológico. “No mais, a estrutura que eles oferecem está boa”, falou.

Para a estudante de arquitetura Bruna Borges, que está fazendo um trabalho de conclusão de curso sobre a requalificação do espaço, o zoológico de Salvador merece uma atenção especial e diz que ainda tem muita coisa para melhorar. “Eu até já havia conversado com outras pessoas e as queixas são as mesmas”. As principais lamentações, segundo ela, além da já citada falta de animais, são sobre o descuido com os espaços de convivência e seria necessário melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência. Além disso, ela considerou que os sanitários disponíveis no local não são adequados, mesmo sendo limpos constantemente.

Obras estruturais para maior comodidade de 1.600 bichos  

Questionados com relação à falta de animais no zoológico de Salvador, funcionários explicaram que alguns bichos, como leão, estão em quarentena e as duas girafas existentes no local, morreram há alguns anos. Segundo eles, alguns visitantes alimentavam os bichos mesmo com avisos proibindo a ação. Já quanto a outros animais que não foram vistos, como o gato do mato e a jaguatirica, eles disseram que a maioria deles só aparece no final da tarde. Além disso, contaram que o espaço está passando por uma mudança no perfil de exibição dos animais, priorizando as espécies nativas. Ou seja, animais de fora do país dificilmente serão vistos no espaço.

Autor de uma representação junto ao Ministério Público, no início do ano, que pedia a interdição do zoológico de Salvador, o deputado estadual Marcell Moraes visitou o espaço na última sexta-feira, para avaliar a situação do local. Segundo ele, o equipamento deveria ser fechado por conta das irregularidades e que obras deveriam ser feitas com urgência. O péssimo estado dos viveiros, a exploração de animais e as suas instalações são alguns dos fatos apontados na ação.

RESPOSTA
Através de comunicado, o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inema), responsável pela administração do espaço, diz que o Zoológico de Salvador proporciona às suas espécies totais condições habitacionais, seguindo as normas estabelecidas pela legislação vigente. Para garantir todos esses cuidados, o local é equipado com uma clínica veterinária, que oferece serviços ambulatoriais, clínicos e cirúrgicos, além de organizar tratamentos preventivos, como vacinações e controle de ectoparasitas.

Segundo o órgão, nos últimos cinco anos, diversas obras estruturais e de maior comodidade aos cerca de 1.600 animais do plantel do parque foram entregues. Em 2009, aconteceu a inauguração do setor dos grandes felinos. Dois anos depois foi entregue uma das maiores atrações do Zoológico: o setor aviário. A nova ala, que é a quarta maior do Brasil na categoria, proporciona aos animais a prática do voo e reabilitação para que, mais tarde, estejam preparados para a soltura. No mesmo ano foi entregue o novo setor de primatas da Mata Atlântica.

Com relação à estrutura oferecida aos visitantes (banheiros, bebedouros), o Inema diz que o Zoológico passa por constante processo de limpeza, manutenção e reparo destes ambientes, com reposição de equipamentos que estejam danificados tanto por desgaste quanto por ações de depredação.  Além disso, o espaço ainda ministra, periodicamente, curso de manejo com animais silvestres, capacitando técnicos, policiais, bombeiros e outros profissionais para a melhor vivência com a fauna.

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