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Caso Lucas Terra: pastor nega sexo com réu e envolvimento no homicídio

“Não sou homossexual”, afirmou Joel Miranda, sobre suposta relação íntima com Fernando Aparecido

Acusados de assassinar o adolescente Lucas Terra, em 2001, os pastores Joel Miranda e Fernando Aparecido entraram no salão principal por volta das 9h20, desta quinta- feira, 27, e se sentaram diante da juíza para contar suas versões dos fatos durante o terceiro dia de júri popular, que acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.Após ouvir os autos do processo, Fernando deixou a sala e Joel permaneceu para prestar depoimento. Quando questionado sobre se ele o outro acusado tiveram relações sexuais, o pastor negou de imediato: “não, não sou homossexual”.

A relação íntima entre os dois acusados seria a principal motivação do crime, já que, segundo os autos, Lucas Terra, de 14 anos, teria flagrado os dois juntos. Após isso, o jovem teria sido abusado e queimado vivo, no dia 21 de março de 2001. O corpo foi encontrado pouco depois dentro de um caixote.

Joel ainda disse que só viu Lucas Terra através de fotos depois que as buscas pelo garoto teriam iniciado.

O então líder religioso da Igreja Universal do Rio Vermelho alegou que teve pouco contato com Fernando e que só o via quando ia prestar contas na Igreja da região da Pituba.

O réu também foi questionado sobre a ida do pastor auxiliar Sílvio Galiza da Igreja de Santa Cruz, a qual Lucas frequentava, para a do Rio Vermelho. No entanto, o motivo do pedido não foi revelado, segundo o acusado. “Era uma mudança normal de auxiliares”. 

Já sobre o desaparecimento de Lucas, Joel relatou só ter tomado conhecimento após a ida do pai da vítima, Carlos Terra, até ele. 

“Soube do desaparecimento [de Lucas] depois que Fernando, Carlos José [pai de Lucas], Allan e um outro jovem (Martoni) foram até lá a Igreja”. 

Segundo ele, o pai do jovem informou que Lucas ligou dizendo que iria dormir na igreja do Rio Vermelho.

Pouco depois, Galiza foi expulso do cargo de auxiliar. “Pastor Fernando soube que ele deixou jovens dormirem na igreja. Esse comportamento não pode ter. Apenas o pastor e auxiliares dormem lá. Diante da direção da igreja, ele foi removido da função”.

O réu ainda negou ter participado ou tomando conhecimento de qualquer reunião, proibição de buscas por Lucas ou expulsão dos obreiros que continuaram à procura do adolescente.

Escorregadio, o réu retrucou por diversas vezes os questionamentos da acusação. Ele dizia não entender as situações hipotéticas colocadas pela acusação, e a juíza precisou intervir em alguns momentos. 

O julgamento continua agora com o depoimento de Fernando.

Informações do JORNAL ATARDE

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