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Ameaças de massacre geram medo e tensão em colégios


A Secretaria de Educação do Estado da Bahia trata o assunto como “boatos lamentáveis” e recomenda o funcionamento normal dos colégios.

Um clima de tensão e pânico tem se instalado sobre a comunidade escolar de Salvador. As Escolas Estaduais Anfrisia Santiago, em Coutos, e Barros Barreto, em Paripe, foram vítimas de ameaças de massacre nesta terça-feira, 17, e tiveram suas aulas suspensas. Este tipo de ameaça, nada comum no Brasil, tem se espalhado por outras escolas que também relataram sofrer intimidações no último mês. A psicóloga Bianca Pires relembra a importância do psicólogo nas escolas e acredita que eventos como este, mesmo não se concretizando, podem gerar traumas e transtornos nos adolescentes. A Secretaria de Educação do Estado da Bahia trata o assunto como “boatos lamentáveis” e recomenda o funcionamento normal dos colégios.

As Escolas Estaduais Anfrisia Santiago, em Coutos, e Barros Barreto, em Paripe, tiveram suas aulas suspensas no último dia 17 devido a ameaças de massacres que circularam nas redes sociais. Este tipo de intimidação vem ganhando força. No último mês, o Colégio Estadual Raphael Serravalle, localizado na Pituba, em Salvador, também teve suas aulas suspensas devido a ameaças de massacre, assim como o Colégio Estadual de Brumado,no interior do estado, e uma escola da rede particular em Cajazeiras, também em Salvador. Os casos estão sendo tratados como boatos, mas a segurança foi reforçada nos colégios com a ronda escolar.

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado da Bahia lamenta o ocorrido e recomenda o funcionamento normal das unidades. “É lamentável esse tipo de situação. A escola é lugar dedicado ao conhecimento e à formação dos cidadãos e não pode ser alvo desse tipo de boato que atrapalha a rotina dos estudantes e leva pânico à comunidade escolar.  É inadmissível que isso ocorra.  A Secretaria da Educação acionou a ronda escolar e recomenda que os colégios funcionem normalmente.” comunica.

Do ponto de vista psicológico, essas ameaças podem causar traumas nos alunos, que ainda são adolescentes em formação. A psicóloga Bianca Pires elucida que os adolescentes já estão passando por uma fase de readaptação escolar pós pandemia e que viver o transtorno de ameaças na escola pode afetar a cabeça desses adolescentes. “A adolescência é uma fase complicada, uma fase de muita dúvida, uma fase de muitos transtornos, muitos impactos mentais. Então eu acredito que está sendo muito difícil para esses adolescentes. Ainda mais aqui no Brasil que a gente não tem esse costume. Acredito que é necessário reforçar ainda mais a psicologia na escola, justamente para abordar esses assuntos e ajudá-los a passar por essa fase tão difícil.”

Em 2019 foi promulgada a Lei 13.935/2019 que garante o atendimento de psicólogos e assistentes sociais nas escolas públicas da rede básica de ensino. Os profissionais da psicologia podem ajudar essas crianças e adolescentes a passarem pela fase escolar, que geralmente é marcada por inseguranças, adaptações e medos. Além disso, a escola deve representar um local seguro para seus alunos. “A gente tem dois ambientes mais fixos na adolescência e infância que são a escola e a nossa casa. Boa parte deles (alunos) não vivem numa casa segura e acham que a escola pode ser um lugar seguro. Mas chega na escola e se depara com momentos como este. Um lugar que deveria ser de segurança e acolhimento é o lugar que está acontecendo tudo ao contrário.” explica Bianca.

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