Política

Wagner se diferencia de Rui e admite que errou ao defender pulverização

O senador Jaques Wagner admitiu ontem a responsabilidade pela tática que resultou na vitória do adversário Bruno Reis

Se o governador Rui Costa (PT) se eximiu da estratégia de pulverização de candidaturas adotada pela base governista na disputa pela prefeitura de Salvador, o senador Jaques Wagner (PT) admitiu ontem a responsabilidade pela tática que resultou na vitória do adversário Bruno Reis (DEM) no primeiro turno. Wagner ainda fez questão de elogiar o desempenho da Major Denice Santiago (PT), que obteve 18% dos votos válidos.

“O ideal é ganhar a eleição. O que não deve acontecer é sair menor do que entrou. Denice saiu maior do que ela entrou, com certeza, se mostrou uma pessoa madura, preparada, uma pessoa simpática, que é importante (…). Foi uma aquisição que a gente fez. Óbvio que foi uma aposta que, na minha opinião, poderia ter sido preparada com mais tempo. Foi muito em cima da hora e depois teve e eu sou parte da responsabilidade, porque eu defendi que a gente tivesse uma dispersão. Acabou tendo quatro candidatos. Rui teve que concentrar em Denice; porque era pessoa nova completamente no cenário. (…) Eu assumo minhas responsabilidades”, declarou, em entrevista à rádio Metrópole.

Nesta semana, Rui disse que não foi responsável pela estratégia. “Seria erro estratégico se eu tivesse pedido a cinco pessoas para ser candidato. Você (o jornalista) ouviu alguma declaração minha pedindo alguém? Alguém disse que eu pedi? Então, erro se eu tivesse pedido. Eu não defini estratégia de cinco candidaturas. Só tem uma diferença. A história minha e do meu grupo não é de impor. É diferente do outro grupo, que alguém diz ‘não vai sair e ponto final’. Eu não faço isso, tá certo? Quem quis sair, teve a opção de sair. É um direito das pessoas. Não acho isso nenhuma violência comigo não”, declarou. “Eu chamei cada um para conversar e disse ‘não saia porque você vai sair menor do que entrou na campanha’. Eu disse as pessoas. (A pessoa diz) ‘governador, me permita que eu tenha essa cidade oportunidade, estou com sentimento que o povo vai abraçar essa candidatura’. Eu vou dizer o quê? Vou dar ordem de que não saia? Eu não faço isso. Não sou dono da verdade. Eu não seria humildade se me considerasse o dom de descobrir o futuro e saber a verdade sobre tudo. Eu deixei claro para todo mundo”, emendou.

Wagner afirmou ainda que foi “ruim” o ataque do senador Angelo Coronel (PSD) a Rui Costa. Coronel disse que o governador precisa ser “humilde”, e pediu ainda que “caia na real, baixe a bola” após a derrota nas eleições e tática de pulverização adotada. Afirmou também que Rui Costa tem que atuar para “recompor o arco de aliança”.

“O PSD, Coronel e Eleusa toparam um desafio (que foi apoiar o candidato Pastor Sargento Isidório). A reclamação de Coronel, eu faria mais pessoalmente em uma reunião nossa interna do que publicamente. Rui precisou se concentrar, apesar de que foi em todas as convenções, mas ele se concentrou na campanha de Denice, porque era quem ele considerava que ele tinha maior potencial. Então, a zanga é essa. Mas isso é o calor do final da eleição daqui a pouco essas coisas vão acalmando”, minimizou Wagner. O senador petista “não pode reclamar” do desempenho da base aliada na Bahia, já que elegeu a maioria dos prefeitos no estado.

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