O rifeiro Ramhon Dias, que teve o pedido de prisão temporária expedido no último domingo (2/7), veio a público através de seu Instagram para se defender das acusações de lavagem de dinheiro e associação criminosa. O empresário negou os crimes e culpou um prefeito baiano, não identificado por ele, como o responsável por atacar a sua carreira e prejudicar a sua vida, utilizando de “influências” na Polícia Civil da Bahia.
Por meio de nota, Ramhon afirma que todo dinheiro proveniente das rifas é legal. “É necessário, prontamente, reforçar que toda a minha receita, pessoa física e jurídica, advém de origem totalmente lícita, não havendo qualquer embaraço ou desvio de finalidade”, detalha a defesa.
Segundo o empresário, em vídeos publicados na sua rede social, o motivo do pedido de prisão teria sido arquitetado por esse político. “Saiu um mandado que veio da 9ª Delegacia da Polícia Civil, que inclusive tem policiais nela que são amigos do prefeito”, acusa o empresário.
A perseguição, segundo Ramhon, teria começado após ele se envolver com a ex-companheira do homem, durante um término do casal. “Eu me relacionei com a ex-mulher do prefeito no fim do ano passado, passamos o Ano Novo juntos e depois ela reatou com ele. Ele não foi corno”.
A mulher citada pelo empresário, segundo apuração do Aratu On, se trata de Larissa Nunes. Atualmente divorciada, a jovem foi casada por dois anos com Marcus Sarmento, prefeito de Itanagra. No fim do ano passado, após conflitos no relacionamento, eles terminaram.
Ramhon afirma que passou um tempo com Larissa no final do ano passado e, após a virada, teria dado “tempo e espaço para ela pensar” e, nesse intervalo, ela decidiu reatar o casamento. Em vídeo, postado em seu perfil no Instagram, a jovem disse ter sido agredida pelo político. “Depois do contato que tive com Ramhon, quando reatei meu casamento, sofri agressões psicológicas e os abusos se tornaram cada vez mais frequentes”.
Em março, segundo Larissa, ela foi vítima de uma série de agressões. “Ele (o prefeito) bateu minha cabeça algumas vezes no apoio de braço do carro, tentou me deixar nua no meio da estrada, quebrou meu celular para eu não falar com meus familiares. Em um segundo momento, me enforcou, tentando me asfixiar. Atualmente, tenho uma medida protetiva que me blinda dele”, conta Larissa.
Ela saiu em defesa de Ramhon. “Isso só mostra o poder e a influência do meu ex-companheiro, Marcus Sarmento”. Segundo a jovem, ele teria uma obsessão antiga com o rifeiro, e já teria jurado que “veria ele preso um dia”.
No início deste ano, enquanto ainda namorava Marcus, Larissa Nunes disse ter sido obrigada a prestar duas queixas. A primeira, contra Ramhon Dias e a segunda contra três policiais, identificados como tenente Saturnino, soldado Lazaro Alexandre e Soldado Jota França. Os agentes teriam algum tipo de relação com o rifeiro.
“Era conforme o que Marcus me dizia, eu ainda estava dentro do relacionamento e descobri a verdade depois. Em abril deste ano, consegui me retratar e retirar a queixa contra os agentes, mas a queixa contra Ramhon não foi, apesar de eu ter tentado”.
Segundo Larissa, ela chegou a contar em uma delegacia que sofria agressões físicas e psicológicas, e que prestou a queixa contra o empresário sob coerção. “Até hoje não consegui me retratar”.
Em seus stories, Larissa mostrou diversas capturas de tela, feitas em março deste ano, nas quais Marcus diz estar “se tratando” e querer o retorno do relacionamento. “Por que Ramhon? Logo ele, um cara que não te merece … Já comecei meu tratamento também, eu estou a tempo de surtar, você não merecia ouvir tudo que falei”, são mensagens que aparecem nas imagens.
Confira abaixo os registros de tela postados por Larissa:
Em outros documentos, Larissa mostra que Marcus afirmou que ela estaria em “cárcere privado” para uma de suas amigas, que, preocupada, tentou contato com o companheiro da jovem para saber do paradeiro dela. Confira a conversa postada:
PREFEITO DE ITANAGRA SE MANIFESTA
Por meio de nota, a defesa do prefeito Marcus Sarmento afirmou que as informações ditas por Ramhon Dias são falsas e refuta qualquer envolvimento de Marcus com o inquérito prisional lavrado contra o rifeiro. “As acusações buscam macular o Sistema Judiciário (Tribunal de Justiça e Ministério Público), Segurança Pública e Autoridades Policiais (Delegados de Polícia, Policiais Civis e Militares).”
Somado a isso, a nota ainda expõe uma suposta ficha criminal que pertenceria ao empresário. “Ramhon Dias já possui uma vasta ficha criminal desde o ano de 2011, quando foi acusado de roubar uma joalheria dentro do Shopping Barra em Salvador-Bahia, contando com um cardápio diversificado de ações criminosas ao longo dos anos, todos processos disponíveis para consulta pública no site do TJ/BA e com registro na Polícia Civil/BA”.
Sobre as acusações de agressão, indicadas por Larissa Nunes, a defesa comunicou que elas não procedem e que Marcus é vítima de comunicação falsa de crime, extorsão, difamação e calúnia e que ele está à disposição da justiça para esclarecimentos.
“Após apresentar todas as provas acerca da sua inocência no processo de Medida Protetiva, o Ministério Público deu parecer atestando que em consulta às imagens apresentadas por Marcus, não há que se falar nos crimes de perseguição e stalking, não havendo qualquer sinal/gesto de perseguição ou temor, como alegara Larissa Nunes à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)”, destacou a defesa.
EM NOTA, DEFESA FALA DO FIM DO CASAMENTO:
“Marcus Sarmento já tomou as medidas jurídicas cabíveis. Destaca-se ainda que em meados do mês de janeiro de 2023 Marcus Sarmento requereu dissolução de união estável, já tendo assinado em cartório o documento, e Larissa Nunes mesmo já ultrapassado o prazo legal de 30 (trinta) dias para assinatura tem se Negado a comparecer em cartório e assinar o documento.
Impende destacar que muito antes desses fatos ocorrerem, Marcus Sarmento na data de 02/04/2023 registrou boletim de ocorrência versando ter sofrido ameaças de Larissa Nunes, pois ela dizia que se ele encerrasse o relacionamento ela iria registrar queixa na DEAM.
Marcus Sarmento deixa claro e público que repudia todo e qualquer ato de violência.
Por fim, destacamos que o Marcus Sarmento reafirma o seu
compromisso com os itanagrenses, em especial o respeito às mulheres.”
POLÍCIA CIVIL REBATE ACUSAÇÕES
Por meio de nota, enviada ao Aratu On, a Polícia Civil esclareceu que as investigações foram realizadas na 9ª DT, devido ao escritório de pessoa jurídica que é parte do esquema investigado ficar na área da unidade.
“Todos os procedimentos de polícia judiciária foram realizados, o Ministério Público deu parecer favorável ao pedido e o Poder Judiciário concedeu as medidas cautelares e decretou segredo de Justiça”, explica a corporação.
Aratu On
