Política

Morte de prefeito gera comoção no meio político

Bruno Covas deixa o filho Tomás, de 15 anos


A morte precoce do prefeito Bruno Covas (PSDB), de 41 anos, na manhã de ontem, gerou comoção no meio político. Ao longo de um ano e meio, o tucano demonstrou determinação e otimismo para tratar de um câncer agressivo já descoberto em processo de metástase. Desde abril, a doença evoluiu muito rapidamente e complicações em seu tratamento levaram à morte, pela primeira vez, de um prefeito de São Paulo durante o mandato. A consciência em relação ao avô, Mário Covas, que também morreu de câncer quando era governador do Estado, há 20 anos, torna a morte ainda mais marcante e sofrida entre amigos e familiares. Bruno Covas deixa o filho Tomás, de 15 anos.

Governador de São Paulo e ex-companheiro de chapa de Covas, João Doria agradeceu os momentos compartilhados com o prefeito. Em nota, Doria presta solidariedade aos pais de Covas, Renata e Pedro, o irmão, Gustavo e o filho, Tomás. “Tive o privilégio de acompanhá-lo desde o início da vida pública, ao lado do seu avô Mario Covas. Tive a honra de tê-lo como vice, na prefeitura de São Paulo. E a alegria de ver seus ideais e realizações aprovados nas eleições de 2020. Bruno Covas era sensível, sereno, correto, racional, pragmático e ponderado. Voz sensata, sorriso largo e bom coração. Bruno Covas era esperança. E a esperança não morre: ela segue, com fé, nas lições que ele nos ofereceu em sua vida. Muito obrigado, Bruno. Você foi e continuará sendo para todos nós, um eterno exemplo”, escreveu.

Líder histórico do PSDB, o senador José Serra lamentou a morte precoce do prefeito, que classificou como “uma imensa perda”. “Era uma bela figura humana e um grande quadro político. Fará muita falta a todos nós e à cidade de São Paulo, que ele vinha administrando com  dedicação e competência.” O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, lamentou a perda humana e política com a partida de Covas. “Guerreiro Jovem. Jovem Guerreiro. Preparado para servir a vida pública, inspirador, decente, bem humorado, Amigo, pai amoroso. Na escassez de Grandes quadros na vida pública nacional é uma perda imensa. Que Deus acolha esse ser fantástico. E sua família seja imensamente confortada por sua exemplar vida. A Tomás do fundo do coração um afetuoso abraço”, escreveu.

Recém-filiado ao PSDB, o vice-governador Rodrigo Garcia disse ter perdido “um grande amigo”, enquanto São Paulo e o Brasil “perderam um líder carismático e sensível”. “Estive com ele na quinta à tarde e fui recebido com o mesmo sorriso de sempre. Estava sereno, em paz consigo. Estou triste demais. Não é certo e não entra na minha cabeça que alguém tão jovem parta tão cedo. Eu só tenho a agradecer pela amizade e generosidade que criamos nesses anos. Meu abraço carinhoso ao Tomás, seu filho, à Renata, sua mãe, e aos demais familiares e amigos. Força, foco e fé continuarão a nos guiar, sempre. Fique com Deus, irmão. Sua missão agora é nossa.”

Em nota oficial, o PSDB lembrou a batalha de Covas contra o câncer e sua dedicação à vida pública. A sigla também destacou as qualidades do político Covas: “Bruno Covas representava uma esperança. Um quadro da política, formado na militância partidária, que valorizava o diálogo e a construção de consensos. Em um momento tão polarizado e, com um enorme vazio de lideranças, fará enorme falta. Seu exemplo nos inspira hoje e sempre”.

Líderes do rival histórico do PSDB na política nacional, o PT também prestou homenagens a Covas. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse. “Meus sentimentos aos familiares, amigos e correligionários de Bruno Covas, que nos deixou hoje após travar uma longa e dura batalha contra o câncer. Que Deus conforte o coração de sua família.” Adversário de Covas no segundo turno nas últimas eleições municipais, Guilherme Boulos (PSOL), escreveu em suas redes sociais que teve uma convivência “franca e democrática” com o líder do PSDB. 

Fonte: Estadão Conteúdo/
Por Adriana Ferraz e Renato Vasconcelos

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