Política

Moraes proíbe Sérgio?Reis?e Zé Trovão de se aproximarem da Praça dos 3 Poderes

“A restrição de acesso se dá ‘para evitar a prática de infrações penais e preservação da integridade física e psicológica dos ministros, senadores, servidores ali lotados”, disse Moraes.

Além ordenar buscas contra o cantor Sérgio?Reis?e o deputado Otoni de Paula na manhã desta sexta-feira, 20, por suposta ‘incitação à prática de atos violentos e ameaçadores contra a democracia’, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a restrição de nove pessoas de se aproximarem de um raio de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, dos Ministros do STF e dos senadores. 

Entre os alvos da medida estão Sérgio?Reis, o cantor Eduardo Oliveira Araújo, os empresários Turíbio Torres e Alexandre Urbano Raitz Petersen, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como ‘Zé Trovão’, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja Antonio Galvan, além de Wellington Macedo de Souza, que se apresenta como coordenador nacional da Marcha da Família, Juliano da Silva Martins e Bruno Henrique Semczeszm. 

Ao menos três deles – Sérgio?Reis, Eduardo Araújo e Turíbio Torres – estiveram em reuniões no Planalto semana passada. Junto com Otoni de Paula, todos são alvos de inquérito solicitado pela Procuradoria-Geral da República por terem ‘convocado a população, através de redes sociais, a praticar atos criminosos e violentos de protesto às vésperas do feriado de 7 de setembro, durante uma suposta manifestação e greve de ‘caminhoneiros”. O caso tomou os holofotes após circularem vídeo e áudio, atribuídos Sérgio?Reis, convocando uma paralisação nacional dos caminhoneiros contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e em defesa do voto impresso. Lideranças da classe afirmam que o artista não os representa. 

“Não trata de mera retórica política de militante partidário, mas, sim, de atos materiais em curso conforme acima descrito, que podem atentar contra a Democracia e o regular funcionamento de suas Instituições”, escreveu a PGR ao solicitar as diligências cumpridas pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, 20. Ao todo, são cumpridos 29 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal , e nos Estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná. 

De acordo com Alexandre, a restrição de acesso se dá ‘para evitar a prática de infrações penais e preservação da integridade física e psicológica dos ministros, senadores, servidores ali lotados, bem como do público em geral que diariamente frequenta e transita nas imediações’. Tal determinação somente não se aplicará a Otoni de Paula, ‘em razão da necessidade do exercício de suas atividades parlamentares’. 

O ministro também determinou o bloqueio imediato dos perfis dos investigados no Facebook, Instagram, Twitter, Youtube. Além disso, ordenou o bloqueio de uma chave pix (e da conta a ela vinculada) que, segundo a PGR, tem recebido ‘doações de particulares para financiar a paralisação’ planejada pelo grupo. Todos os investigados serão ouvidos pela Polícia Federal ‘imediatamente’ após o cumprimento das diligências da manhã desta sexta, 20, registra ainda a decisão de Alexandre. 

No despacho datado desta quarta, 18, Alexandre de Moraes frisou que, ‘como fartamente demonstrado no requerimento da PGR, os investigados pretendem utilizar-se abusivamente dos direitos de reunião, greve e liberdade de expressão, para atentar contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, ignorando a exigência constitucional das reuniões serem lícitas e pacíficas; inclusive atuando com ameaça de agressões físicas’. 

“O objetivo do levante seria forçar o governo e o Exército a ‘tomar uma posição’ em uma mobilização em Brasília em prol do voto impresso, proposta que foi, recentemente, derrotada na Câmara dos Deputados, bem como a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Para tanto, pretendem dar um ‘ultimato’ no presidente do Senado Federal, invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal, ‘quebrar tudo’ e retirar os magistrados dos respectivos cargos ‘na marra'”, registra trecho do pedido da PGR, reproduzido da decisão do ministro do STF. 
Fonte: Estadão Conteúdo 

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