Um dos articuladores do desembarque do PMDB do governo, o deputado federal baiano Lúcio Vieira Lima acha que a decisão na reunião do partido, prevista para amanhã, pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), pode sair até por unanimidade, sem necessidade de votação.
“Não tenho dúvida de que o desembarque vai ser determinado pelo partido”, afirma o parlamentar, que chegou a prever, nesta semana, que a decisão de se afastar da presidente ocorria com o apoio de mais de 80% do partido.
Irônico, Lúcio diz que só há uma forma de o governo conter o processo de afastamento. Seria criar, por Medida Provisória, que prescinde de votação imediata no Congresso, 171 ministérios para abrigar os 171 parlamentares cujos votos são necessários para impedir a abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Para Lúcio, fatos como a delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o grampo do ex-presidente Lula foram fatais para o recrudescimento da pressão pelo impeachment da presidente da República.
Quanto às articulações atribuídas por governistas ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), sucessor natural da presidente, Lúcio diz que são mera especulação. “Seu momento (de Temer) é de oração”, diz.
