Denúncias de recebimento das sementes foram registradas em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul. Adab diz que sementes de origem indefinida devem ser encaminhadas imediatamente ao órgão
Uma incógnita que intriga pessoas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás e Mato Grosso do Sul, já preocupa as autoridades baianas antes mesmo de o problema chegar aqui. Nesta semana, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), em parceria com a Superintendência Regional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), emitiu um alerta ao público sobre a importância do não aproveitamento de embalagens contendo “sementes misteriosas” e cuja origem seria da China.
De acordo com o órgão estadual, as pessoas estão recebendo o produto pelo correio, sem qualquer solicitação, mas orientou que o recipiente não deve ser aberto ou jogado no lixo, mas encaminhado imediatamente às entidades competentes para a realização de perícia. Apesar da indicação de que o produto tenha origem chinesa, o governo do país asiático negou qualquer tipo de envio dessas sementes, afirmando que os selos que os acompanham são falsificados.
Conforme o diretor-geral da ADAB, Maurício Bacelar, não há informações seguras da origem dos envelopes. “Eles podem estar trazendo sementes de plantas exóticas com o intuito de decorar os ambientes de forma promocional junto ou não com compras realizadas pela internet como se fossem brindes, descritas como jóias, mas, ao mesmo tempo, pode ser um grande perigo à saúde pública e à agricultura do nosso estado”, afirmou o gestor da agência baiana.
Segundo o superintendente federal da Agricultura na Bahia, Paulo Emílio Torres, a vigilância sobre os envelopes contendo os produtos está crescente no estado, assim como no resto do Brasil foi ligado o sinal de alerta. “Pedimos que a população esteja vigilante e se reporte à ADAB ou à superintendência do Ministério no estado para que, rapidamente, possamos iniciar a análise do conteúdo das embalagens, em laboratório seguro e conveniado conosco, em todo o país os pacotes estão sendo periciados”, disse. “Os órgãos de defesa agropecuária estão em alerta para evitar o trânsito e plantio inadequado de mudas que não são certificadas e que poderão provocar grandes estragos”, acrescentou o dirigente.
Nos quatro estados onde foram entregues as encomendas, a investigação está em andamento. “Como tudo ainda é uma incógnita, a preocupação com os pacotes passa ainda pelo receio que possam trazer doenças ou devastar plantações inteiras. Algumas pragas podem ser introduzidas na Bahia e provocar grandes prejuízos com a destruição de árvores adultas, causando desmatamento e prejuízos econômicos com destruição de pomares e ampliando o número de desempregados”, pontuou Bacelar.
Até a semana passada, em todo o país, o MAPA havia recebido pelo menos quatro denúncias de pessoas que receberam sementes não identificadas sem que houvesse a encomenda do produto. De acordo com o governo federal, não se deve descartar novas denúncias porque houve uma situação parecida em países como Estados Unidos e Canadá.
