Política

Após casos de fake news, veja o que é mentira nas campanhas de Haddad e Bolsonaro

As eleições deste ano foram marcadas pelas proliferações das notícias falsas, as chamadas “fake news”. O veículo mais responsável pela disseminação deste tipo de informação é o WhatsApp, apesar das notícias circularem em outras redes sociais. Os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) vêm sendo os alvos mais constantes dessas mensagens, contudo, apoiadores deles também acabaram sendo atacados.

Uma reportagem da Folha de S. Paulo apontou, inclusive, que um sistema de troca de mensagens com críticas ao PT teria supostamente sido bancado por empresários apoiadores do capitão da reserva.  Ainda conforme a publicação, cada contratação teria custado para os empresários R$ 12 milhões. Para a Organização dos Estados Americanos (OEA), que está no Brasil para observar as eleições, o uso do aplicativo para compartilhamento das fake news é um “fenômeno sem precedentes”.

O segundo turno das eleições acontece no próximo domingo (28) e, por conta disso, o Varela Notíciasselecionou as dez fake news mais compartilhadas nas redes sociais. Confira:

Jair Bolsonaro (PSL)

Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Bolsonaro vai cortar o Bolsa Família

A informação é falsa. Apesar de ser conhecido por ser crítico do Bolsa Família, o presidenciável mudou o tom durante a campanha e garantiu que não irá cortar o programa. Segundo ele, caso seja eleito o Bolsa Família será ampliado. Em uma ocasião, o candidato chegou a propor um pagamento de 13º para os beneficiários do programa.

Bolsonaro vai cobrar 20% de imposto de quem ganha um salário mínimo

Circulou nas redes sociais que Bolsonaro iria propor uma cobrança de 20% de imposto de renda para todos os brasileiros, até aqueles que recebem um salário mínimo, mas a notícia é falsa. A proposta do candidato prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos (cerca de R$ 5 mil). No plano, o presidenciável propõe alíquota única, quem recebe R$ 20 mil, pagaria R$ 3 mil por mês, R$ 1.630 a menos (queda de 35%) que o cobrado hoje.

Bolsonaro ofende enfermeiras em hospital

Um áudio foi divulgado nas redes sociais em que o presidenciável aparece ofendendo enfermeiras dentro do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde ele foi internado após receber uma facada, em Minas Gerais. No falso áudio, uma pessoa imita a voz de Bolsonaro e grita com o filho. Chegou a ser dito que o áudio tinha sido gravado pelo ator Marcelo Adnet, que estaria imitando Bolsonaro, mas a informação também é falsa.

General Hamilton Mourão (PRTB) propõe confisco na poupança

Foi divulgado que o candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro teria proposto o confisco da poupança, caso a chapa vença a eleição, mas a informação é falsa. A fala teria sido dita por Mourão em uma palestra na Câmara dos Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS), no entanto, o vice propôs na ocasião renegociar os juros da dívida do governo.

Mourão acusado de tortura pelo cantor Geraldo Azevedo

O cantor Geraldo Azevedo relembrou as duas vezes que foi preso e torturado no período militar, em 1969 e 1974. De acordo com o artista, Mourão teria sido uns dos torturadores em 69, no entanto, nesta época o general da reserva tinha 16 anos e ainda era aluno do Colégio Militar. Após a repercussão, o cantor negou a informação e pediu desculpas “pelo transtorno causado pelo equívoco”.

Fernando Haddad (PT)

Foto: Ebc

PT distribui kit gay nas escolas

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) foi responsável por disseminar nas redes sociais a informação de que o presidenciável Fernando Haddad (PT) teria criado o “kit gay”, mas a notícia é falsa e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o candidato retirasse postagens relacionadas ao tema do Facebook e do YouTube. O capitão da reserva chegou a ir a uma entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, com o livro “Aparelho Sexual e Cia” que teria sido usado em sala de aula, mas isso também é mentira.

Na verdade, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados encomendou ao Ministério da Educação (MEC) um projeto chamado “Escola sem Homofobia” para ser distribuído para alunos a fim de combater o preconceito. Os críticos batizaram o projeto de “kit gay” e alegaram que ele havia sido criado por Haddad, uma vez que ele era o ministro da Educação na época. No entanto, o projeto foi elaborado por um grupo de ONGs especializadas. Apesar da criação, o projeto nunca foi aprovado, portanto, nunca foi utilizado em sala de aula.

Crianças com mais de cinco anos são propriedades do Estado

Uma imagem que circulava nas redes sociais alegava que Fernando Haddad teria dito que crianças seriam propriedade do estado. “Ao completar 5 anos de idade, a criança passa a ser propriedade do Estado! Cabe a nós decidir se menino será menina e vice-versa! Aos pais cabe acatar nossa decisão respeitosamente”, diz o texto. A informação é falsa e assessoria do candidato chegou a se pronunciar negando a suposta fala.

Urna se autocompleta com número de Haddad

Um vídeo divulgado pelo filho de Jair Bolsonaro (PSL), Flavio Bolsonaro (PSL), mostrava uma urna eletrônica se “auto completava” e mostrava a imagem de Fernando Haddad (PT), quando a pessoa digitava a tecla “1”, no primeiro turno das eleições, dia 7 de outubro. O vídeo é falso, conforme apurou um técnico do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Geral (TRE-MG).

Fernando Haddad quer legalizar a pedofilia

Uma montagem com um texto e uma fotografia foi compartilhada nas redes sociais afirmando que o presidenciável Fernando Haddad (PT) estava defendendo a legalização da pedofilia, mas isso é falso. A fake news teria relação com o Projeto de Lei de número 236/2012 que prevê a redução de 14 anos para 12 anos no limite de idade da vítima para a qualificação do crime de “estupro de vulnerável”. A proposta estava sob comando do ex-presidente e ex-senador José Sarney (MDB), mas mudou de mãos para o senador Antonio Anastasia (PSDB).

PT distribui mamadeiras eróticas em creches

Circulou nas redes sociais um vídeo que mostrava mamadeiras com bico de borracha em formato de pênis e era dito que o objeto havia sido distribuído em creches para combater a homofobia. A pessoa alega ainda que o material deveria fazer “parte do kit gay, uma invenção de Haddad”. A informação é falsa e o vídeo foi publicado com uma forma de sátira. O objeto realmente existe, mas ele é vendido em sex shops e não tem ligação com nenhuma instituição de ensino.

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